Quais as principais diferenças das vacinas na rede pública e privada? Quais vacinas dão mais reação? O Calendário de Vacinação no mundo todo é dinâmico e muda de acordo com a incidência de doenças em cada região, sofrendo atualizações periódicas.

Como é criado o Calendário de Vacinação?

O órgão responsável pelos calendários de vacinação no Brasil (SBIM– Sociedade Brasileira de Imunizações) se baseia em evidências científicas e estudos mundiais e em trabalha em conjunto com os órgãos públicos para a elaboração dos mesmos.

A idade e quantidade de doses necessárias são definidas de acordo com:

1 – A capacidade da criança (bebê/recém-nascido) tem de responder à vacina

O bebê tem o sistema imunológico imaturo e em desenvolvimento, não tendo capacidade de responder à dose da vacina como o adulto, e por isso são necessárias mais doses de reforço.

2 – Incidência da doença

Em cada lugar do mundo e do país a incidência das doenças varia. Mais vírus de um tipo do que do outro, mais bactérias de um tipo que do outro, e por isso cada país e região precisam elaborar individualmente sua estratégia de imunização como medida de saúde pública.

3 – Custo

O custo das vacinas é alto e por isso entram no calendário vacinal do governo quando oferece risco à saúde pública. As doenças que já foram controladas nas últimas décadas, continuam dessa forma devido às imunizações que estão sendo feitas ano após ano. As novas vacinas desenvolvidas e que ainda não estão disponíveis na rede pública (como a Meningocócica ACWY e Meningo B), ou vacinas em versões mais completas (gripe tetravalente) e rotavírus (pentavalente) não tem previsão de serem substitutas das atuais (gripe trivalente, rotavírus monovalente) devido ao alto custo X risco/necessidade coletiva.

Vacinação Pública X Privada – Reações e Diferenças das vacinas

Existe um boato que vacinas da rede privada dão menos reação que as vacinas da rede pública. Não é regra. Vou explicar o porquê:

A possibilidade de o indivíduo ter reações e desenvolver uma forma branda da doença depende do tipo de vacina. As vacinas podem ser:

  1. de agentes atenuados (vivos)
  2. de agentes inativados (mortos)
  3. Conjugadas (partes do agente)

Por essa razão, as vacinas de agentes atenuados, são as que podem oferecer mais reação. Entre elas estão:

  • Sarampo
  • Caxumba
  • Rubéola
  • Catapora
  • Febre Amarela
  • Rotavírus

O que acontece entre a rede pública e privada é que, em alguns casos, a vacina que a rede pública oferece é feita com agentes atenuados, enquanto na rede privada com agentes inativados ou conjugada (partes deles).

As vacinas que têm diferenças são:

DTP (Difteria, tétano e coqueluche) – Tríplice bacteriana

A vacina da coqueluche (as bacterianas em geral) dá mais reação. Então os pesquisadores desenvolveram uma versão dela “acelular” que está disponível na rede particular, então nesse caso sim, a vacina da particular (DTPa) dá menos reação que a da pública (DTPw).

Essas informações e o calendário oficial da SBIM podem ser conferidos clicando abaixo. Você também pode acompanhar o calendário atualizado de vacinação pelo site da Casa de Vacinas GSK, ou pela SBP.

Para ver o Calendário até 19 anos, veja clicando aqui.


Rotavírus

Outra vacina diferente das redes públicas e particulares, é a do rotavírus. Na rede pública é disponibilizada a vacina monovalente (contra um tipo de rotavírus…) enquanto na rede particular é a pentavalente (contra 5 tipos de rotavírus…).

Dessa forma, arrisco dizer que a rotavírus da rede particular pode dar até mais reação, pois ambas são feitas vírus atenuados, porém a segunda é muito mais completa e tem mais cobertura. Ou seja, proteção contra 5 vírus enfraquecidos tem maior possibilidade de reação do que o organismo lutando contra apenas 1.


Meningite

As vacinas contra todos os tipos de Meningite são seguras pois são conjugadas (utilizam somente partes do agente). O que muda entre o público e o privado é a cobertura (de acordo com o agente causador). (mais posts clicando aqui)

Na rede pública há vacinas para prevenção de meningite:

  • Por Vírus Haemophilus
  • Pneumocócica (contra 10 tipos, pacientes de até 5 anos)
  • Meningocócica, dos tipos: C (até 5 anos)

Na rede privada:

  • Vírus Haemophilus
  • Pneumocócica (contra 13 tipos e também contra 23 tipos)
  • Meningocócica, dos tipos: C, A, W, Y e B.

Poliomielite

A rede pública oferece as três primeiras doses da vacina injetável com vírus inativado, porém as outras 2  doses de reforço são via oral, com a vacina bivalente e agente atenuado (Sabin – VOP; menor cobertura e maior risco de reação).

Na rede privada, todas as 5 doses são injetáveis, porém em vacina combinada com a DTPa, ou seja, uma picada a menos para cada dose (indicadas aos 2, 4, 6 meses, e reforço aos 15 a 18 meses e 4 a 5 anos).

Gripe (Influenza)

Vacina trivalente na rede pública, até 5 anos ou para grupo de risco, enquanto na rede privada tem a trivalente e tetravalente, que cobre uma cepa a mais do vírus Influenza.

Vacinação de Gestantes

É altamente recomendada a vacinação de gestantes com a Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (difteria, coqueluche e tétano) – dTpa ou dTpa-VIP pois além de evitar que ela transmita a bactéria ao recém-nascido, permite a transferência de anticorpos ao feto protegendo-o nos primeiros meses de vida até que possa ser imunizado. Veja o Calendário completo da Gestante aqui.

Pode dar remédio antes de apresentar reação?

Nas vacinas pneumocócicas pode haver uma diminuição de resposta da vacina, portanto é bom evitar, porém na vacina da Meningo B, há estudos que comprovam que é seguro utilizar paracetamol para evitar reações sem que haja prejuízo na pega da vacina.

Vale lembrar que no geral não devemos medicar sem necessidade e sem que haja febre ou sintomas.

Vacinação como medida de saúde pública

A vacinação é um ato cívico, onde além de você proteger suas crianças, você protege quem está em volta e não pode ser vacinado, como os imunodeprimidos (em tratamento quimioterápico, doenças auto-imunes, etc), os únicos que tem contra-indicação absoluta.

Quanto maior a quantidade de pessoas e crianças vacinadas, melhor, porque diminui o tempo de portador, ou seja, a circulação do vírus ou bactéria através de indivíduos portadores não-vacinados. Quando cai a cobertura vacinal na população, começam a aparecer casos da doença.

Um lote de vacinas demora entre 18 e 24 meses para ser fabricado e 70% desse tempo é gasto com testes de qualidade. Há uma expectativa de quantidade de vacinas a serem importadas, e em casos de surtos, é priorizado o país ou região que mais necessita.

Espero que tenha ajudado a entender as diferenças e a importância da vacinação!

Post escrito por mim, Ana, com base no conhecimento adquirido em aula com a médica pediatra Dra. Ana Escobar.

Bjsss

Aninha

Esse post foi patrocinado pela GSK, uma empresa que acredita no nosso trabalho e na qual confiamos.

 

Sobre Aninha

Mãe de um trio de meninas: Bruna (6), Clara (4) e Alice (2). Dedico meu tempo à minha família e ao LookBebê. Antenada, adoro redes sociais e tecnologia e mais ainda, compartilhar conhecimento e informações sobre a maternidade. Sou (fui) Biomédica, pós-graduada em Engenharia Biomédica, mas optei por mergulhar de cabeça na maternidade.