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O DIU (dispositivo intra-uterino) hormonal é, na verdade, um SIU (sistema intra-uterino), entretanto todos conhecem como um DIU com hormônio ou Mirena (o nome oficial).

Escolhi que esse seria o método contraceptivo que eu usaria há 1 ano e meio, entretanto engravidei da Alice antes (como contei aqui) e agora finalmente coloquei.

Algumas pessoas são contra o uso de qualquer hormônio, outras de contraceptivos internos, mas ouvi nesses quase 2 anos muitas opiniões de amigas, de médicas, li um pouco e resolvi tentar. Para algumas não deu certo mesmo com 2 tentativas, para outras foi a melhor escolha e o responsável pelo fim da TPM, das cólicas e da menstruação. Algumas leitoras relatam alterações na pele, mas nada que as façam voltar a usar outros métodos.

No consultório ou no hospital?

Eu sabia que era colocado no consultório pela maioria dos médicos, porém quando me consultei com a minha médica (que conheci com 33 semanas na terceira gestação) ela me informou que só fazia a colocação no hospital pois algumas mulheres tem um reflexo  vasovagal ao pinçar o colo do útero e a queda brusca da pressão arterial pode provocar náuseas, mal estar e desmaio, e por isso ela prefere ter estrutura para medicar a paciente e colocar no soro para que ela se sinta melhor, caso seja necessário.
Além disso, no hospital há a possibilidade de fazer o procedimento com sedação (justamente porque muitas mulheres sentem muita dor e preferem assim).

Com sedação ou sem?

O padrão de fazer no hospital é fazer com sedação. Perguntei para a médica e consultei algumas mulheres em um grupo de mães que faço parte para ver se eu me decidia baseado nas experiências das pessoas, mas não existe regra. Algumas não sentiram nada, outras sentiram uma dor (de cólica) suportável, outras sentiram muita dor. Poucas passaram mal e pediram sedação para uma nova tentativa e outras fizeram com a sedação logo de primeira pra não arriscar se sentir mal.

Como eu tive 2 partos sem analgesia (sendo um domiciliar) eu não via lógica de ir para um hospital e ser sedada para um procedimento como a colocação do DIU, mas como não sabemos como nosso corpo vai responder a estímulos, falei para a Dra Mari que ia tentar sem e caso eu passasse mal, faríamos com a sedação.

Como foi?

O hospital informou que era obrigatório acompanhante, então meu marido me levou (se eu fosse sedada ele ficaria comigo na sala de recuperação).

Troquei a roupa pelo avental, touca e propé (igual quando vai pro centro cirúrgico). O anestesista veio fazer as perguntas e informei que não queria anestesia, para espanto dele. Ele disse que era procedimento padrão e que a princípio todas tomavam a sedação (como se eu não tivesse opção). Quando insisti ele perguntou se eu era médica. Me senti um pouco coagida a obedecer o procedimentos, mas como eu já havia conversado com a Mari, respondi tudo e esperei. (Nessa hora me senti aliviada por não ter parido em um hospital. Arrrgh q nervoso!) Como eu comi de madrugada, não tinha as 8h de jejum necessárias, o que ajudou a “convencer” o anestesista de que eu não tomaria sedação. Salva pela pipoca caramelizada!

Assim que ela chegou, me perguntou se eu queria mesmo “a seco” e falei que sim. Ela informou a eles que eu já tinha tido 2 PNs e que preferia assim e ponto! Ninguém me importunou mais.

Troquei a roupa pelo avental, touca e propé (igual quando vai pro centro cirúrgico), fui posicionada e ela foi me explicando cada procedimento.

Primeiro ela abre com o espéculo (aquele da coleta pro papanicolau), depois pinça o colo do útero. (Essa é a hora que teoricamente dói e que algumas mulheres sentem muita cólica). Senti algo, mas não foi uma dor. Ela faz a medida do colo do útero e em seguida coloca o diu com o aplicador. Depois de colocado, retira o espéculo e pronto.

Nessa hora meu colo do útero já sangrou um pouco, me levantei e pronto. Fui me trocar. Foi suuuper simples e não senti dor. Foi um leve incômodo de poucos minutos.

A Mari prescreveu um medicamento caso eu sentisse muitas cólicas e incômodo, o que é comum nos primeiros dias.

Daqui a uma semana vou fazer o Ultra-som e passar no consultório para levar o exame. Depois conto mais!

Custo – Como foi solicitada  previamente a autorização para colocação pelo convênio, o hospital providenciou o medicamento (Mirena) e só vou pagar os honorários médicos pois a minha médica é particular, porém os médicos do plano fazem sem custo adicional (geralmente no consultório). No meu caso tenho reembolso parcial pelo plano de saúde.
Caso eu optasse pela sedação também arcaria com o custo do anestesista.

Que tal esclarecer as suas dúvidas sobre o método?

1 – Ele pode ser utilizado durante a amamentação?

Sim. Hormônios como a progesterona não tem contra indicação, enquanto hormônios a base de estrogênio reduzem a produção de leite.

Levonorgestrel (o hormônio do Mirena) é uma progesterona sintética, portanto não tem contra-indicação para lactantes, além de ter ação local.

2 – Quanto tempo dura?

Ele tem ação durante 5 anos mas pode ser retirado a qualquer momento caso a mulher deseje engravidar.

É 99% eficaz enquanto estiver posicionado corretamente. Algumas mulheres relatam que o DIU se deslocou (saiu do lugar) e não se adaptam ao sistema, por isso é importante a verificação da posição do Mirena no exame de ultra-som em algumas situações:

  1. entre 4 e 12 semanas após a colocação; (*)
  2. anualmente;
  3. caso a mulher apresente fortes cólicas e sangramento excessivo.

3 – O fluxo menstrual muda?

No início o fluxo menstrual fica irregular, e depois de 3 a 4 meses diminui para maioria das mulheres, podendo até ficar ausente ao longo dos anos.

4 – Toda mulher pode usar?

Geralmente é indicado para mulheres que já tiveram filhos (porém não há contra-indicação para jovens e mulheres que não tiveram filhos), mas cada paciente deve ser avaliada pelo seu médico e aconselhada sobre o uso.

5 – Precisa de exames prévios?

O médico pode solicitar exames para excluir gestação, infeções e DST. O ultra-som além de descartar a gravidez, determina a posição do útero e o tamanho da cavidade uterina, que pode ser importante para a decisão da colocação ou não do sistema (dependendo do tamanho do útero da mulher).

6 – Qual o custo?

Apesar de não estar disponível na rede pública, os convênios de saúde são obrigados por lei desde 2009 a oferecerem cobertura da colocação e do DIU hormonal às pacientes que desejam utilizar o método para planejamento familiar.

Quando o médico não atende convênio, a paciente precisa verificar com o plano de saude se ele oferece reembolso sobre o serviço médico ou procurar algum médico conveniado.

Quando não está coberto pelo plano de saúde, o Mirena é vendido sob prescrição médica e tem um custo aproximado de 800 reais, podendo ser encontrado em algumas farmácias por até 650.

(*) Informações do fabricante

Espero que tenha ajudado!

Bjosss

Sobre Aninha

Mãe de um trio de meninas: Bruna (6), Clara (4) e Alice (2). Dedico meu tempo à minha família e ao LookBebê. Antenada, adoro redes sociais e tecnologia e mais ainda, compartilhar conhecimento e informações sobre a maternidade. Sou (fui) Biomédica, pós-graduada em Engenharia Biomédica, mas optei por mergulhar de cabeça na maternidade.