Oiiiiii amores!!!

Tudo bem??

Outro dia fiquei um pouco preocupada com a fala da Bru, já que ela troca muitas letras e “engole” algumas sílabas, e por isso procurei uma amiga fonoaudióloga, a Joana, e perguntei se ela poderia escrever um post sobre a fala dos bebês e crianças e a partir de quando eu devo me preocupar com a fala errada da Bruneca.

Ela, fofa, preparou 2 posts pra gente! O primeiro é o de hoje, uma introdução sobre linguagem e fala no primeiro ano de vida do bebê. O segundo vou postar na próxima quarta-feira e fala das trocas de letras e o que esperar de cada fase, de 1 a 6 anos de idade.

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Mini-bio: Joana Mantovani Nagaoka, fonoaudióloga com especialização e mestrado em Distúrbios da Comunicação Humana pela UNIFESP, temporariamente “mãe em período integral” no Enzo de 2 anos e 11 meses e grávida da Luiza.

BEM-VINDA JÔ!!!

O aniversário de 1 aninho vai chegando e, com ele, a expectativa de papais, mamães, vovós e titios de ouvir as primeiras palavrinhas da criança só cresce… afinal, já tem alguns meses que a gente ouve aquele monte de mamama, bababa, mas o mamãe ou o papai bonitinho mesmo ainda não saiu.

Nos primeiros meses de vida da criança, a sua linguagem receptiva, ou seja, a forma como ela ouve os diferentes sons à sua volta, sejam eles de fala ou sons do ambiente, e atribui significado a eles, está se desenvolvendo a todo vapor. Logo após o nascimento, aqueles sons mais frequentes no ambiente familiar da criança já são reconhecidos, como a voz da mamãe, o latido do cachorrinho da família, aquela música que tocou várias vezes durante os nove meses de espera. Estudos mostram que os bebês até mudam o padrão de sucção ou se acalmam com mais facilidade ao ouvir tais sons familiares. Por isso, é tão importante garantir que seu bebê não tem problemas de audição ao nascer, realizando o Teste da Orelhinha, oferecido nas maternidades.

Aos poucos, os bebês iniciam sua primeira forma de expressão não verbal, ao diferenciarem o padrão do choro para as diferentes situações. Assim, eles  choram de um jeito pra manifestar sono, de outro quando o que os incomoda é dor, mudam novamente o padrão se estão de barriguinha vazia, e, com o tempo, os pais e adultos que convivem com a criança vão aprendendo a interpretar essa primeira forma de expressão dos nossos pequerruchos.

À medida que os meses passam, os bebês mostram-se mais curiosos com os sons à sua volta, seja ele o som de um brinquedo, uma música, a fala dos adultos, e esse sistema de reconhecimento e interpretação dos sons se desenvolve cada vez mais. Entre os 4 e 6 meses, o bebê já percebe diferentes entonações na fala, por exemplo, quando alguém está falando de forma carinhosa eles reagem com sorrisos, como também podem se assustar se o tom de voz for mais ríspido, independentemente do que está sendo falado de fato. A linguagem expressiva, no entanto, ainda se resume a vocalizações de alegria ou para expressar descontentamento, bem como a gritinhos pra chamar a atenção se deixados sozinhos, por exemplo.

Por volta de 7, 8 meses, eles começam a compreender as primeiras palavras: sapato, mamãe, cabelo, sendo que pouco tempo depois, eles já se tornam capazes de seguir comandos verbais simples, como apontar a mamãe se perguntado “Cadê a mamãe?”,  ou dar tchau se alguém lhe pede verbalmente que o faça. Nessa época, fica bem discrepante a capacidade de ouvir e entender a fala e a de produzi-la, já que apesar de entender tais palavras, a criança ainda não consegue produzi-las. Nessa fase, elas iniciam o balbucio, ou seja, a repetição de sílabas sem sentido, numa espécie de treino dos órgãos fonoarticulatórios para a aquisição da fala que virá a seguir… assim, a criança emite papapapa ou babababa numa tentativa de reproduzir sons que ela ouve e vê (movimentos labiais) nos adultos à sua volta, e ouvi-los novamente, mas ainda sem a intenção de comunicar algo através desses sons. O se ouvir nessa fase é importantíssimo, tanto que crianças surdas iniciam esse processo de balbucio, mas por volta dos 7 meses eles param de emiti-lo, justamente por não terem esse retorno auditivo. A comunicação expressiva da criança nessa fase ainda é prioritariamente não verbal, ou seja, ela demonstra que quer colo estendendo os bracinhos, acena para se despedir, dá gritinhos pra chamar a atenção… Somente mais próximo de completar o primeiro aninho é que essas junções de sílabas começam a se diferenciar e passam a ser usadas em contextos mais específicos, ou seja, o “papa” passa a ser emitido quando a criança está com fome (em referência ao papá, se esse termo é usado com ela em casa), ou quando o papai chega em casa. Nessa fase, podemos dizer que estão surgindo as primeiras palavrinhas, que ainda não precisam ser produzidas perfeitamente articuladas, mas já são usadas de maneiras sempre semelhantes, em contextos específicos.

Nesse primeiro ano de vida, é importantíssimo propiciar à criança um ambiente rico em estimulação sonora e de linguagem… contar histórias para a criança desde os primeiros meses a ajuda a perceber melhor as variações na entonação na fala, falar para ela o que se está fazendo a ajuda aos poucos a antecipar o que vai acontecer, por exemplo, “agora é hora de tomar banho” e ao mesmo tempo em que a mãe fala isso, ela está pegando a toalha, colocando água na banheira… todo esse contexto ajuda o bebê a, aos poucos, “colar” o som BANHO no significado do contexto em que “a mamãe me coloca na água quentinha, passa aquela coisa cheirosa em mim, eu bato as mãozinhas e a água pula’… hehe. O desenvolvimento da linguagem receptiva é justamente essa integração das diferentes informações sensoriais que a criança recebe, ou seja, no exemplo da palavra BANHO, a integração da sensação tátil da água quente, do sabonete escorregadio, da mão de seu cuidador passando pelo corpo, com o cheiro do sabonete e do xampu, com o som que a água faz quando ela é colocada na banheira, quando ela pula ao bater a mãozinha, com o gosto da água q espirrou na boca, com a visão do ambiente à sua volta nesse momento e dos objetos que geralmente participam dele, como toalha, sabonetes, banheira, brinquedos e finalmente o som VERBAL ‘banho’, que é sempre ouvido nesse momento. Só para dar um exemplo, ao ouvir a palavra MAÇÃ, quantas lembranças vc é capaz de despertar? O som da mordida, a sensação do dente cortando a casca, que é mais dura, e depois cortando a polpa, mais macia, o sumo que escorre na boca ao darmos a mordida, o gosto e o cheiro da maçã, a cor vermelha… podemos ainda ir mais além e lembrarmos de experiências vividas relacionadas a essa fruta, como por exemplo, quantas pessoas não se lembram da história da Branca de Neve ao ouvir falar dessa fruta? Aposto que várias!!!! Hehe

Dicas importantes para estimular seu bebê nessa fase:

1)permitir que a criança enxergue seu rosto enquanto vc fala, dará a ela mais informações sobre como os sons são produzido. Não é à toa, por exemplo, que os primeiros sons que a criança balbucia são os mais facilmente visualizados como o sons das letras P, B e M.

2) brincar de imitar os sons e expressões faciais que a criança está fazendo;

3) Narrar o que está fazendo com a criança e contar o que acontecerá a seguir;

4) imitar os sons dos animais;

5) contar os dedos das mãos e dos pés enquanto você está dando banho.

Vale lembrar que a criança passa todo seu primeiro ano de vida aprendendo a ouvir, para então começar a falar… por isso, não é porque a criança ainda não fala que ela não deve ser exposta a um ambiente bastante estimulador, pois, quanto mais palavras ela compreender inicialmente, mais facilmente ela aprenderá a falá-las a partir do primeiro ano. Pesquisas científicas vêm demonstrando que a compreensão da palavra antecipa sua produção, ou seja, antes de aprender a falar mamãe, papai, a criança já é capaz de ao ouvir tais palavras, procurar ao redor até encontrar a mamãe e o papai. Por isso, converse, cante, conte histórias para seu filho sempre!!!

E aí, gostaram??? Semana que vem tem mais!!

Ahhhh! Se você acha que pode contribuir com algum assunto que ainda não foi falado aqui, me mande um e-mail aninha@analumasi.com.br

Bjsss

Sobre Aninha

Mãe de um trio de meninas: Bruna (6), Clara (4) e Alice (2). Dedico meu tempo à minha família e ao LookBebê. Antenada, adoro redes sociais e tecnologia e mais ainda, compartilhar conhecimento e informações sobre a maternidade. Sou (fui) Biomédica, pós-graduada em Engenharia Biomédica, mas optei por mergulhar de cabeça na maternidade.