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Qual criança não adora uma música? Desde cedo a estimulamos a dançar, bater palmas e cantarolar. E é tão lindinho, não é mesmo?

Quando as crianças, na fase pré-escolar, ingressam na escola, a música se torna uma das vias principais de ensino-aprendizagem, bem como na socialização. Mas afinal, por que a música é tão importante? Qual a sua função? As crianças memorizam facilmente? E por que escutam repetidas vezes sem cansar ou enjoar? É o que iremos compreender no post de hoje!

Aumenta o som!

Uma música por si só evoca um “grande poder” particular, como também universal. As músicas evocam lembranças, sensações, emoções e manifestações físicas como aceleração do coração e arrepios. Alguns estudiosos afirmam que as emoções musicais se referem a uma experiência emocional e pode variar de uma escuta à outra. Entretanto, as emoções suscitadas não dependem apenas de fatores individuais, pois a música comove e permeia toda a multidão.

Assim como a linguagem, a música também faz parte do grupo de comunicação, expressão poética, colabora na interação social e afetiva. Imaginem o quanto ela é poderosa: de uma lado há músicas “milagrosas” que conseguem acalmar bebês, do outro uma música com marcações fortes ajuda militares a marcharem com coragem e patriotismo. A música além de mexer com as emoções interferem também no comportamento. Algumas melodias não nos tocam, outras nos atingem diretamente e podem até mesmo transmitir significados bem pessoais.

Vocês sabiam que as músicas, quando utilizadas de maneira correta, conseguem ativar no cérebro os mesmos centros de prazer que uma comida saborosa, drogas ou sexo? Não é à toa que a vida é feita de música!

Escutar música propicia o bem-estar das crianças, pois a fala e a melodia são trabalhadas na mesma região cerebral e, por isso, elas muitas vezes apresentam grande avanço na fala após ouvirem músicas e tentarem cantar, mesmo que seja de maneira inteligível ou errada. Para as crianças, a música raramente é associada a algo negativo, pois normalmente as experiências traumáticas estão mais ligadas a palavras e situações, e não a sons musicais.

Qualquer pessoa já experimentou a forte ligação que a música exerce. Muitas vezes você acaba não tendo outra escolha a não ser dançar e/ou cantar quando AQUELA música toca. Por que as mamães embalam seus bebês e cantam para ninar? Onde foi aprendido isso? E por que é utilizado?

Curiosamente, os bebês não são passivos aos sons do ambiente acústico uterino; muito pelo contrário, eles estão atentos ao ambiente sonoro, aprendendo sons diversos, de música e de linguagem. Com apenas três dias de vida, os bebês reconhecem e preferem a voz materna à voz de outra pessoa; reconhecem histórias, rimas e canções ouvidas durante o último trimestre da gravidez. Assim, desde muito cedo, já somos musicais!

O ser humano se comunica não apenas por signos e linguagens construídas, mas também por enigmas contidos nas mensagens musicais que trocamos. A música é vista como um processo contínuo que permite à criança a experimentar, sentir, ouvir, falar, imitar, criar e refletir.

Olha quanta coisa a música faz! Claro, depende da música né? Não é à toa que as crianças se amarram e aprendem muitas coisas com as músicas infantis. Estas têm toda uma estrutura adequada para a idade: intervalos melódicos pequenos, ritmos bastante simples e uma quantidade grande de repetições de frases musicais, sendo consideradas apropriadas para os bebês e crianças em geral. As canções infantis são geralmente mais rápidas, e apresentam jogos de palavras ou sugestões de movimentos corporais que auxiliam a percepção auditiva e o desenvolvimento da coordenação motora, da sociabilidade, linguagem e musicalidade (ritmo, afinação e tom). Além de tudo isso, explica sobre vários temas que circundam as crianças no seu dia-a-dia, tais como: sons dos animais, o que este são e fazem, significado de épocas festivas — Natal, São João, Páscoa, etc. — e algumas lições de moralidade.

Quem lembra essa?

A janelinha fecha quando está chovendo
A janelinha abre se o sol está aparecendo
Pra lá, pra cá
Pra lá, pra cá, pra lá

As crianças repetem, repetem e repetem para internalizar os conteúdos presentes na música, como também aumentar seu vocabulário e aprendizado. A partir de uma música, a criança pode se deparar com uma situação real e associar com o que escutou de maneira espontânea, por exemplo: quando estiver chovendo, é preciso fechar a janela.

Através da música, a criança se comunica com o mundo ao seu redor e ao menos tempo ouve a si própria!

E haja galinha pintadinha… risos

Sobre Lilian Britto

Graduada em Psicologia pela Universidade Salvador – UNIFACS e pós-graduada em Psicologia Analítica pela Psiquê - Centro de Estudos C. G. Jung, atua como psicóloga clínica com crianças e adolescentes. Além de coordenadora de cursos da Clínica Psiquê, presta trabalho voluntário na Fundação Lar Harmonia junto a crianças carentes. Apesar de ainda não ser mamãe, é apaixonada por crianças e, por isso, dedicou e dedica a sua formação profissional nesse fantástico mundo infantil.