Quando recebemos a notícia da segunda gravidez bate um medo enorme de não conseguirmos amar o bebê que está sendo gerado da mesma forma que o primeiro.

O que me motivou a escrever esse post foi uma mensagem de uma leitora que estava apavorada com esse sentimento de que não seria capaz de amar outra criança que não o primeiro filho.

Quando fiquei grávida da Clara, esse sentimento não tomou conta de mim por uma razão: antes mesmo de pensar em filhos minha sogra contava desse medo dela quando engravidou do segundo filho e acho que de certa forma eu estava preparada. Não que eu não tenha sentido esse medo de não amar igual, mas eu sabia que teria um final feliz. Ela dizia que o amor que ela sentia pelo primeiro era tão grande que ela não achava possível amar outro filho com tanta intensidade, mas conseguiu sim e mais duas vezes.

Cada filho desperta nos pais um sentimento bom, cada um tem sua particularidade e características que permitem uma identificação como em qualquer relacionamento, mas esse segundo sentimento, o do relacionamento, vai além da maternidade e paternidade.

O amor de PAI e MÃE é incondicional e imensurável, tendo um, dois ou dez filhos.

Agora eu te faço uma pergunta: “Você ama o seu filho de 1 mês, 2 anos ou 10 anos, da mesma forma que no dia do nascimento?”

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EU não. Eu amo MAIS.

O amor cresce a cada dia, a cada nova descoberta, a cada etapa vencida juntos, então eu posso afirmar sem medo que não é possível amar igual no mesmo momento, mas o amor é suficiente para amar cada filho e cada característicazinha desses pimpolhos.

Assim como o amor pelo irmão, pelo marido, pelos amigos cresce com os anos de convivência, com os filhos também.

Hoje eu amo a Clara muito mais do que no primeiro dia de vida dela, mas isso eu guardava pra mim porque eu sabia que seria assim, entende? Agora vou contar um detalhe bem íntimo. Mesmo depois do nascimento da Clara, um dia o Bre (maridón) virou pra mim e falou: “Ai amor, não assusta com o que eu vou te perguntar, mas vc ama ela igual a Bruna? Pq eu não. Será que um dia eu vou conseguir amar ela igual amo a Bru?”. Vocês não imaginam o quanto ele estava tenso com isso, e eu o tranquilizei falando que sim, ele ia amar muiiiito e que era natural, que a mãe dele já tinha me contado sobre isso. Ele não lembrava e ficou muito mais tranquilo. Depois pedi pra minha sogra repetir pra ele e ela contou que tinha esse mesmo medo e que tem amor dentro de nós para todos os filhos. Se serve de consolo, algum tempo depois ele comentou: “Nossa amor, como é que conseguimos AMAR TANTO esses nossos “bichinhos”?

Aí um dia, quando o amor se equilibrou, me peguei pensando: “Será que um dia a personalidade da Clara pode ser mais parecida com a minha e eu acabar me dando melhor com ela do que com a Bruna?” Sofriiiii só de imaginar isso, porque né? É a minha Brunequiunha linda e amada! Decidi não pensar mais e fazer de tudo na nossa caminhada para ser sempre equilibrado, mas pelo pouco que sei da vida, o sentimento de culpa e justiça vão sempre existir na vida dos PAIS.

Outro detalhe: quando a segunda gestação é planejada, você cria situações na cabeça da divisão da atenção, carinho, amor, imagina os irmãos juntos e começa a se preparar psicologicamente para essa situação. Quando vem “de supetão” é mais difícil imaginar e aceitar que você conseguirá se dividir em duas, três. É muito difícil pensar em dividir a atenção que até então era 100% voltado a uma pessoinha só. Dá medo de faltar com quem é mais importante na vida.

Eu já contei aqui no post “Tem hora certa para engravidar? E do segundo filho?” que eu sofri um pouco de imaginar que eu perderia alguns momentos nossos tão especiais, meus e da Bru, por causa da segunda gestação. Copiei abaixo um trecho:

Quando descobri a gravidez da Clara, confesso que fiquei com medo de perder alguns momentos da Bruna. Eu tomava banho de banheira com ela todos os dias, e sabendo que não é recomendado banhos de imersão muito quentes (como falei aqui) cheguei a chorar um dia, achando que ela já ia começar “perdendo” as coisas, tão cedo. Meu marido me tranquilizou e eu vi que estava enganada. Continuei com os banhos, alguns de chuveiro, outro menos quentes de banheira e ela só demonstra ganhar com essa gravidez. O carinho, a atenção, a dedicação dela, não tem preço. Cada vez que fazemos Ultrasom ou vamos ao medico ela passa o dia contando do TUM TUM TUM que o coração da irmã faz.

Hoje, eu já não sei como eu poderia viver sem minhas duas princesas e o amor só aumenta a cada dia.

Não é fácil, mas.. Ah, o amor!!

 

 

 

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Sobre Aninha

Mãe de um trio de meninas: Bruna (6), Clara (4) e Alice (2). Dedico meu tempo à minha família e ao LookBebê. Antenada, adoro redes sociais e tecnologia e mais ainda, compartilhar conhecimento e informações sobre a maternidade. Sou (fui) Biomédica, pós-graduada em Engenharia Biomédica, mas optei por mergulhar de cabeça na maternidade.