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“Como começou o trabalho de parto” poderia ter vários títulos… “A véspera do nascimento da Alice”, “Avisei à minha filha que ela poderia nascer” ou “A Preparação da mente e do corpo para o parto”. De fato foi um dia de preparativos para o meu parto domiciliar.

É verdade que isso tudo aconteceu nesse dia. E é verdade também que eu vinha me preparando há meses para esse momento, mas era uma coisa muito íntima, muito minha e da minha família. Alguns dias antes eu havia preparado uma imagem (essa aqui de destaque) e texto para publicar quando chegasse a hora, mas não me senti a vontade para fazer pois eu sei que em um trabalho de parto nada é certo. Poderia durar minutos, horas ou dias, e não queria criar uma expectativa e pressão ainda maiores.

Primeiro preciso voltar no tempo e lembrá-los de que o quarto da Alice ficou pronto alguns dias antes. Terça dia 21 completei 39 semanas. Fui ao salão, refiz as unhas, depilação e escrevi o post de que era a gestação mais longa das três. No dia 22 de julho, quarta, eu ainda saí para comprar uma mangueira calibrosa que encaixava no bocal do chuveiro para facilitar o enchimento da banheira no quarto, entre outras coisas. Quando o dia acabou eu pensei: “Caramba, deu tempo. Apesar de ter deixado muita coisa pra última hora eu consegui terminar o quarto, deixar tudo em dia na lojinha, acho que agora sim posso relaxar.”

Como começou o trabalho de parto

Acordei umas 2 vezes aquela madrugada do dia 23 (o que não era comum mesmo no estágio avançado da gravidez) e nas 2x pensei: “Filha, está praticamente tudo pronto e você pode vir quando quiser”. Eu logo voltava a dormir.

Quando acordei de manhã, senti uma leve cólica nas costas e imediatamente lembrei do dia que a Clara nasceu. Foi exatamente assim que começaram os pródromos e achei que o nascimento da Alice poderia estar próximo. Considerando que no da Clara a cólica começou as 5 da manhã e nesse dia acordei as 9h, achei que poderia ser que ela nascesse no dia seguinte, mas mesmo com essa expectativa eu não falei nada pra ninguém para que eu deixasse o trabalho de parto começar de verdade. Eu sabia que tem trabalho de parto que nem evolui no mesmo dia. Tem pessoas que ficam 3 dias em trabalho de parto, e o que eu menos queria era criar expectativas e deixar as pessoas em alerta. Mas eu também sabia que o da Clara evoluiu bem no mesmo dia e que no dia 24 era mudança de lua. Lua Nova!

(Vai, entra no clima que é mais legal!Dá um PLAY na Playlist que preparei para o parto e escutei muiiiiito na gravidez e nesse dia ——-> Na caixa vermelha)

A única pessoa que falei logo de manhã foi a Angelina, minha doula, pois ela viria de São Paulo para Campinas (assim como a fotógrafa). Também comentei com o meu marido por alto mas sem alarmar. Para a doula expliquei como estava, ela fez algumas perguntas e também achou que eram os pródromos. Me incentivou a fazer acupressão e outros exercícios que havia me ensinado que estimulavam o trabalho de parto.

Eliminando pendências na rua

Resolvi então ir aos correios enviar outra encomenda mas antes tirei todas as cadeirinhas, levei o carro pra lavar e o Steve (cachorro) para tomar banho. Pronto. Aí sim tudo ficaria limpinho e eu teria a tarde toda para mergulhar nessa espera.
Também pedi para a minha funcionária inverter a poltrona com a cômoda no quarto.

Steve de banho tomado
Steve limpinho para a chegada da Alice <3

Ao sair do Pet shop vi a floricultura (tudo isso fica em um centrinho comercial aqui perto) e lembrei de uma foto de parto linda que uma amiga havia me mandado. Perguntei se haviam rosas e ela estava acabando de receber. Eu estava com medo de não ser a hora ainda, mas quando ela disse que as pétalas durariam até 7 dias na geladeira fiquei tranquila e comprei algumas flores para enfeitar a casa.

Comprando pétalas
Comprando pétalas

A energia para receber a Alice eram as melhores mas essa expectativa me deixou um pouco nervosa e irritada.

Separei alguns lanchinhos, uvas lavadas, iogurte, cereais e levei para o frigobar do andar de cima. Eu sentia que tinha que deixar tudo preparado (na verdade a médica indicou que isso fosse feito antes, mas eu não tive tempo).

Lanchinhos, água e pétalas no frigobar no andar de cima de casa
39 semanas + 2 dias em pródromos. Deixando tudo pronto
.anchinhos, água, suco e pétalas no frigobar no andar de cima de casa
.anchinhos, água, suco e pétalas no frigobar no andar de cima de casa
Mudança de humor e necessidade de ficar sozinha

Comecei a dar resposta atravessada para a minha mãe, me vi perdendo a paciência algumas vezes. No horário do almoço troquei mais algumas mensagens com a Angelina dizendo como eu me sentia, que queria ficar sozinha, estava irritada. Eu cheguei a comentar que achava que tinha me precipitado e estava com medo de não ser ‘nada’. Ela disse que era assim mesmo. Pra eu relaxar, ficar quietinha e esperar. Eu precisava desse momento meu.

Eu queria resolver as coisas mas não queria que fizessem por mim e nem ficassem me perguntando. Eu sentia que tinha que preparar tudo e relaxar a tarde para esperar o trabalho de parto. 

Resolvi trocar umas roupinhas de lugar (do guarda-roupas para a cômoda) para facilitar as trocas e minha mãe ajudou a deixar como eu queria (além de cuidar as meninas).

Quando finalmente arrumei tudo e almocei, fui para o quarto da Alice, enchi minha bola e segurando nos nichos do guarda-roupas comecei a “rebolar” na bola (é bom para as articulações do quadril) escutando a Playlist que preparei para o parto.

Eu ainda não havia parado de trabalhar. Aproveitei que estava sentada ali para informar códigos de envio dos correios, ver e-mails e também postei foto nas redes sociais (@analumasi) que eu estava com as pendências zeradas e pronta para receber a Alice. Eu não contei que estava em pródromos, pois como falei, não sabia quanto tempo poderia demorar e se realmente iria evoluir para o trabalho de parto.

Me entregando para esperar a Alice
Me entregando para esperar a Alice

Depois de um tempão na bola eu deixei o celular ali carregando e tocando a minha playlist e resolvi descansar ali mesmo no quarto da Alice. Aproveitei que estava deitada e tranquila para estimular os pontos de acupressão na perna. 

Eu também já tinha lido que é bom descansar para enfrentar o trabalho de parto. Pressionei os pontos, descansei, cochilei e depois recebi a visita da Lala que se deitou comigo. Tirei mais um cochilo e depois levantei. Consegui capturar um vídeo “fast motion” da câmera de segurança do quarto. Resumi essas 10h em 1 minuto:


Avisando a equipe

Por volta das 15:30 avisei a Lu (fotógrafa de SP) que eu estava em pródromos e avisaria mais tarde se as contrações pegassem ritmo. Soube que a Angelina havia desmarcado uma sessão de fisioterapia de uma amiga “pois uma paciente estava em pródromos”. Mais uma vez me questionei se eu estava mesmo ou não, com medo de estar avisando a todos a toa.

Minha sogra perguntou no grupo da família se eu estava bem (ela viria de SP ficar com as meninas e participar) e eu comentei que acordei com uma cólicazinha mas que ainda não era nada e que eu avisaria. No mesmo segundo meu marido me ligou perguntando se ele deveria voltar do trabalho e eu expliquei que não precisava, mas que eu ia mandar a lista do supermercado para ele passar quando viesse.

Umas 17h minha sogra avisou que já havia saído do trabalho e estava a caminho de casa. Ela estava presente no dia do parto da Clara quando cheguei na maternidade com 7cm e nasceu depois de 1h, e ela sabia que não poderia enrolar pois se dependesse de eu avisar a tempo ela poderia não chegar (e eu queria a presença dela e da minha mãe).

Nessa hora eu tomei “coragem” e avisei a Angelina (doula) que minha sogra estava vindo e que ela também poderia vir e ela acionou a Bianca e a Thais (Instinto Fotografia) que fariam o vídeo do parto. Também falei com a Lu, que veio de SP para fotografar.

Avisei a Dra Mariana que acordei com as cólicas e 17:30 estava com contrações de 5/6 minutos de intervalo, mas sem dor. Eu comentei que estava insegura se estava me precipitando. 18:30 ela perguntou se eu gostaria de ser avaliada pela enfermeira obstétrica (EO). Eu pedi que sim.

Chegou a minha sogra, logo em seguida a Angelina e as meninas da Instinto. A Jéssica me avaliou por volta das 19h e apesar das contrações eu só tinha 1cm de dilatação. Eu já esperava isso pois não tinha dor ainda, então não deveria estar com mais do que isso, mas também não me empolguei pois é comum no final da gestação ter 1cm de dilatação, ainda mais com PN anterior.

Virou notícia

Comecei a receber mensagens no celular do tipo: “Soube que está com contrações! boa sorte bla bla…”. Depois entro no facebook e uma amiga postou me marcando que o meu marido falou no snapchat que eu estava com contrações e que ele estava vindo pra casa! Começaram a comentar, mandar mensagens, desejos de boa sorte, etc. Eu não queria aquela expectativa, não sabia se ia demorar, não sabia como ia ser. Então resolvi postar um vídeo no meu instagram/face/twitter falando que eu não tinha dilatação ainda, que ia demorar e que mandávamos notícias no dia seguinte.

A Thais e a Bianca fizeram algumas imagens da Bru e da Clara, minhas, e a Lu (foto) também chegou. Dispensei as meninas pois achei que o trabalho de parto demoraria ainda muitas horas. Falei que provavelmente ligaríamos novamente de madrugada.

Meu marido chegou do supermercado e…

… contarei sobre a fase ativa do trabalho de parto no próximo post.

Para saber como foi o nascimento da Alice, veja o post sobre parto Humanizado clicando aqui.

Sobre Aninha

Mãe de um trio de meninas: Bruna (6), Clara (4) e Alice (2). Dedico meu tempo à minha família e ao LookBebê. Antenada, adoro redes sociais e tecnologia e mais ainda, compartilhar conhecimento e informações sobre a maternidade. Sou (fui) Biomédica, pós-graduada em Engenharia Biomédica, mas optei por mergulhar de cabeça na maternidade.