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A maternidade vem e traz muitos questionamentos e inseguranças. Aí criamos blogs e grupos maternos para compartilhar das nossas dúvidas e buscar apoio.

Apesar de muitas vezes estarmos buscando opiniões diversas, queremos compartilhar experiências e ter apoio sim. A opinião diferente é importante para que possamos refletir e pensar no outro lado desde que ela venha com respeito. Se ela vem acompanhada de agressividade, você se sente invadida, ameaçada e tudo o que aquele comentário poderia trazer de reflexão vai por água abaixo. 

Quando nos expomos nas redes sociais estamos sujeitos a pré-julgamentos. É fácil aguentar as consequências dos nossos atos julgados por alguém da família? Não, não é. Agora imaginem aguentar uma enxurrada de opiniões diversas e julgamentos de pessoas que não te conhecem? Pera aí!!! Muita calma nessa hora.

Outro dia uma blogueira materna postou que alugava um coelho para  filha na páscoa. É, pois é. Péssima idéia. Fez na melhor das intenções para agradar a filha mas não pensou em nenhum momento que um animal não é um brinquedo e que se estressa de ir de um lugar pro outro em alguns dias, que não se compra/aluga esse tipo de ‘fantasia’ e que tudo tem limite. Mas antes que alguns comentários a fizessem refletir a respeito, alguns mães pegaram aquele post dela e postaram sua indignação em outros grupos e páginas do facebook. Aquilo se espalhou rapidamente  foram todas de uma vez na página da blogueira com comentários do tipo: “Aluga um morto no dia de finados, sua anta!”

Horas de bafafá, comentários, compartilhamentos e indignações (com razão), e o post foi apagado. Julgaram mais uma vez pois foi apagado sem nenhum esclarecimento. Mais um tempo depois sai o “tal” esclarecimento que tanto queriam escutar. Ela assume que errou, que não refletiu sobre as consequências mas que estava assustada com o comportamento e comentário de MÃES que a xingaram de coisas que vocês nem podem imaginar e que havia se arrependido do que ela fez, mas que não ia deixar aquilo no ar, propagando ainda mais ódio nos comentários.

Eu acho o seguinte: ELA expôs e com isso estava sujeita a julgamentos (assim como todos) no espaço dela, mas pegar a informação, levar a outros canais, polemizar, levantar uma avalanche de mães revoltadas e invadirem a página dela com comentários desrespeitosos é demais.

Que tal refletir sobre o bullying?

Bullying é um anglicismo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos, causando dor e angústia e sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder. (…) O agressor inferioriza e se impõe sobre o outro, na tentativa de superá-lo em termos físicos e psicológicos, e de satisfazer seu ego. (Wikipedia)

Cyberbullying – é uma prática que envolve o uso de tecnologias de informação e comunicação para dar apoio a comportamentos deliberados, repetidos e hostis praticados por um indivíduo ou grupo com a intenção de prejudicar o outro. Como tem se tornado mais comum na sociedade, especialmente entre os jovens. Atualmente legislações e campanhas de sensibilização têm surgido para combatê-lo.

Juntar um grupo e oprimir uma pessoa não é o que se espera de mães que lutam por um mundo melhor para seus filhos, que lutam pela igualdade de gêneros, raças e classes sociais. 

Pessoas juntas se sentem encorajadas a reprimir, aquilo ganha força e sai do controle.

Sabem o que me fez refletir sobre esse assunto? Um outro post muito mais simples (e totalmente oposto a esse) em pleno domingo de Páscoa em que uma mãe questiona se estava sendo muito má de  não incentivar a fantasia do coelho da páscoa. Ela fez uma pergunta, estava sujeita sim a opiniões diversas, mas uma MÃE (várias, aliás) em pleno domingo de Páscoa, perder tempo com a sua família, ir lá e ficar escrevendo “Postou, agora aguenta!!!” ???? Ahhh para o mundo que eu quero descer.

Não pratiquem bullying, não permitam com que seus filhos pratiquem. Vocês são exemplo a ser seguido. 

Deixo aqui parte da mensagem (cliquem na imagem para o post original no facebook) de uma mãe que luta contra o bullying. Tomei a liberdade de postar aqui pois na publicação ele PEDE que seja compartilhado!

bullying Camila dos Santos Reis

E vale lembrar: Eu já fui alvo de críticas em um post aqui no blog que foi divulgado em um grupo de ativistas do parto. Já me chamaram de “monstra machista” por causa do ‘ponto do marido’, que na época eu mal sabia que era dado e contei aqui no blog a minha experiência. Eu não conhecia ainda os procedimentos desnecessários que os médicos faziam e não era informada o suficiente e me senti profundamente agredida com alguns comentários. Acho que opiniões podem e devem ser dadas, desde que com respeito e sem incitar violência contra a pessoa.

Reflitam antes de compartilhar e de julgar a vida do próximo. Opinem para que essa pessoa melhore a partir de reflexões, não para que ela se sinta oprimida.

Imagem de destaque: Shutterstock 

Sobre Aninha

Mãe de um trio de meninas: Bruna (6), Clara (4) e Alice (2). Dedico meu tempo à minha família e ao LookBebê. Antenada, adoro redes sociais e tecnologia e mais ainda, compartilhar conhecimento e informações sobre a maternidade. Sou (fui) Biomédica, pós-graduada em Engenharia Biomédica, mas optei por mergulhar de cabeça na maternidade.