A discussão sobre os limites que os pais “deveriam” colocar nos filhos, vinda de pessoas que não tem filhos daria um livro. Ôooo, se daria. Mas todos nós sabemos que “o buraco é mais embaixo” e que depois que nos tornamos pais sabemos que é fácil falar e difícil fazer, e “o cuspe cai na testa”.

Já ouvi uma vez sobre sobre restaurantes que não deveriam permitir crianças para manter o clima tranquilo para os adultos. Já ouvi muito zum-zum-zum sobre o comportamento de crianças em lugares públicos e claro, eu também já me irritei com crianças sem limites que ficam incomodando seja correndo, gritando ou chutando a sua poltrona do avião.

Mas eu não estou falando desses momentos em que qualquer um se irritaria. Estou falando das pessoas que chegam irritadas e mal humoradas antes mesmo de ter qualquer tipo de problema.

Na semana passada fiquei boba com o comportamento de dois adultos de seus, hummm,  35 anos. Estávamos entrando no avião voltando de Miami, e o casal estava logo atrás de mim. A mulher começou a resmungar que era um absurdo as pessoas entrarem e ficarem paradas no corredor guardando malas em cima sendo que tinham outras dezenas de pessoas aguardando para entrar no avião. Mas espera! Não foi uma crítica a alguns sem noção, que sim, existem aos montes. Foi uma resmungada super mal humorada. Pena que não consigo reproduzir de forma tão clara. Pensei: “Ué, será que ela quer que a pessoa coloque a mala no assento e suba em cima?” hahahhaa… Mas beleza… entendo. Aí o marido completava: “É, e depois vão ficar levantando no meio do vôo, pegando coisa na mala, abrindo, etc. Pelo amor..!!”

Depois: “Trazem maaaala pra dentro do avião! Olha isso, quanta coisa… blá blá blá. E ficam enchendo os compartimentos”.

E em seguida, o auge: “Esse POVO traz CARRINHO, CRIANÇA, etc pro AVIÃO!! AAFFFFF” Gente, juro!!! Parecia que estavam falando: Nossa, essas pessoas girando berimbau no corredor do avião. Como se criança fosse um encosto, um entulho, sei lá! Como se crianças fossem objetos estranhos e incompatíveis com o lugar. E o que eu via: pessoas entrando no avião e se ajeitando. Nem tinha criança no meu campo de visão. Não tinha nada demais acontecendo. No máximo uma pessoa tirando o casaco da mochila antes de guardá-la e tal, mas tudo fluindo, como normalmente flui, em um avião que comporta mais de 300 pessoas, devagar!

Fiquei pensando: “Será que esse casal um dia vai ser abençoado com uma gestação e filhos e vai aprender que tudo não gira em torno do umbigo deles OU essas pessoas NUNCA vão conhecer o amor de pai e mãe e vão continuar ranzinzas o resto da vida???”

Juro que eu entendo quando uma pessoa pode estar “virada”e de mau humor. Já fiquei váaaarias vezes estressada e percebia que as pessoas me julgavam pela cara feia, mas o mais estranho foi perceber que não era um comportamento pontual, e sim o que eles pensavam sobre a situação, comparando malas e crianças.

Pois bem… os dois passaram 95% das 8 horas de vôo em seus respectivos lugares, sem nem conversarem, sem pegarem a bolsa no compartimento de bagagem, sem um “pio”, sem tirarem os sapatos, esticarem as pernas… pelo menos enquanto eu não estava dormindo. Um “exemplo” de comportamento, só que frio e distante. Escutei um “obrigada” do cara porque repassei o lixo para a comissária e só. Quando estávamos pousando e já haviam recolhido os fones de ouvido eles trocaram carinho e algumas palavras, mas aquele sentimento que tomou conta de mim de pessoas intolerantes e mal humoradas do começo do vôo não mudou. Ah! O Bre (marido) estava na mesma fileira que eu, mas do outro lado da “cozinha” do avião, então não conseguíamos nos ver. Fui visitá-lo uma vez do lado de lá e ele veio do meu lado uma vez ver como eu estava e o que estava fazendo. 

Ontem, mais um acontecimento: Estava super de bom humor com 2 filhas, carrinho e duas cestas de compras no supermercado. Tocou uma música legal e eu fiquei cantando, de bem com a vida. Terminei as compras e fui pro caixa. Aí quando estava terminando de passar as compras lembrei que faltava um suco e fui pegar, carregando a Clara no bebê conforto e a Bruna logo atrás de mim. Quando voltei, o cara que estava atrás de mim NO CAIXA PREFERENCIAL começou a resmungar que eu “sai da fila do nada” blá blá blá. Ele deixou as coisas dele na esteira se misturarem com a minha e eu que tive que começar a puxar os chocolates dele pra passar o suco. Não, o caixa não ficou UM segundo sem passar compras. Ele não teve que me esperar, e ainda reclamou que a menina do caixa tinha passado o pão dele na minha compra. Sabe, tãooooo desnecessário. Um mau humor sem medida, sem noção. Uma pessoa nada solidária. Me diga, pra que tanta intolerância? Eu, infelizmente, absorvo muito isso e depois das meninas começarem o chororô cheguei em casa estressada e levei mais de 1 hora pra ficar bem de novo.

A mater/paternidade dá trabalho, cansa e tem dias que queremos jogar a toalha, mas ela também traz inúmeras coisas boas pra nossa vida. Hoje se eu vejo uma criança aprontando e me incomoda diretamente, eu até me irrito e fico de cara feia, mas me solidarizo com a mãe e o pai, quando vejo que estão tentando contornar a situação e educar. O que vejo é que as pessoas no geral não se importam com o “vizinho” e se ele precisa de algo. Adultos sem filhos (e alguns com filhos!!!!), ou que não participam ativamente da educação de crianças parecem muitas vezes velhos ranzinzas.

Mas ó, o recado é o seguinte: Tem remédio tá??? AMOR!! #MAISAMORPORFAVOR

(Não quis generalizar, ok? Acontece com quem é mãe, pai ou não, quem está com problemas e com quem não está. O fato é que precisamos ser mais solidários! E do outro lado, as pessoas e os pais tem que ter BOM-SENSO também e saber que cada um tem seu espaço!!! Porque de gente folgada e esperta o mundo está cheio!)

Bjosssss

Sobre Aninha

Mãe de um trio de meninas: Bruna (6), Clara (4) e Alice (2). Dedico meu tempo à minha família e ao LookBebê. Antenada, adoro redes sociais e tecnologia e mais ainda, compartilhar conhecimento e informações sobre a maternidade. Sou (fui) Biomédica, pós-graduada em Engenharia Biomédica, mas optei por mergulhar de cabeça na maternidade.