Ter hora para comer, dormir e brincar é sabidamente necessário para o bom desenvolvimento da criança. Rotina já foi o meu forte, mas há tempos não tem sido assim e eu não sei exatamente quando me perdi.

Ontem cheguei a falar pro meu marido a noite: EU ME DEMITO! POSSO?

E ele entendeu perfeitamente, pois desde antes de chegar em casa notou meu cansaço pelo telefone e se dispôs a ajudar e fez nosso lanche. Perguntou se eu me demitia do “cargo” de mãe e seus compromissos intermináveis com a rotina.

Eu disse: “SIM. Cansei. Cansei de ser mãe/dona de casa. Não quero mais assim.”

No mesmo instante ele levantou do sofá e foi fazer a Clara dormir, já que ela não sossegava dentro do berço e eu já não tinha mais paciência e cabeça para ficar “ninando”. E eu fui ler uma história para a Bru (na verdade um livro), entre um bocejo e outro.

Há algum tempo eu não sou mais exclusivamente dona de casa e mãe. Tenho compromissos no blog, e-mails para responder, pepinos para descascar, propostas para montar, posts para escrever, pedidos para embalar e enviar, entre outras coisas. E se no meio desse processo alguém me julga mal, ou acontece algum probleminha, pronto, me destrói de vez e fico meio amarrada. Saber que eu estou fracassando como mãe me incomoda muito. Há meses venho empurrando a rotina com a barriga e quando vejo já passou da hora de lanchar ou jantar. Fruta? Tem dia que não em sei o que é isso. Meu marido já pediu diversas vezes para colocarmos horários para as coisas: levantar, tomar café da manhã juntos, dormir… mas eu não estava pronta pra isso, porque exigiria ainda mais de mim. Muitas vezes só consigo trabalhar de madrugada, e vou dormir 4 horas da manhã. A rotina da casa inteira sofre com isso, pois levantamos depois das 10h da manhã, e o dia já começa errado.

Era tão mais fácil quando a Bruna frequentava o berçário. A responsabilidade por alimentá-la e trocá-la era dividida por algumas horas. Eu tinha em quem me apoiar. Se ela não comesse bem na hora do almoço, eu levava para a escolinha e sabia que a tarde teria a fruta e depois o jantar.

Agora com a Clara não. Com 6 meses começou o meu tormento com a alimentação. Somente aos 8 meses e meio ela começou a comer pra valer, mas como nós mães sabemos, eles tem fases boas e outras nem tão boas. E ela voltou pra fase não tão boa e não come direito. Mesmo com a Nana (minha funcionária) ajudando, eu me sinto cansada.

A minha sobrecarga fez com que eu invertesse as prioridades e deixasse de focar na alimentação dela e consequentemente isso fez com que ela despencasse na curva de peso. E não é neurose de mãe e nem de pediatra. Ela não está simplesmente “abaixo da média”, ela está abaixo da curva toda e de como ela era. Talvez tenha sido esse o motivo por eu ter demorado 3 meses para voltar à pediatra com as meninas, eu sabia que a rotina de casa não estava indo bem e nem a minha dedicação a ela e sendo assim, o resultado final também fica comprometido.

Sabe aquele conselho que eu sempre dou aqui de que mamada não pode substituir refeição? Pois é… Chegou uma hora que eu dava peito logo porque era mais fácil. Já tinha coisas demais pra fazer para eu perder mais de 1 hora tentando fazê-la comer (#MOMFAIL). Ela só gosta de beliscar, comer com as mãos. Já falei da técnica de BLW (Baby Lead Weaning) no post sobre Diferentes formas de apresentar os alimentos ao bebê. Mas dessa forma, ela acaba comendo muito pouco pois a comida é seca.

Só sei que não é fácil. Sei que vai passar, vai melhorar, mas a falta de rotina aqui em casa chegou ao fim e eu realmente preciso fazer diferente pelo bem e saúde da nossa família.

Hoje foi o primeiro dia oficial “Sem Peito fora de hora”. Ela não almoçou, pediu mamá, tentei fazer dormir, e nada. Repeti o precesso 3x nas últimas 2 horas – tentar dar comida, tentar fazer dormir e nada. Cansei. Coloquei no berço e deixei sem mamá. Claro que depois e alguns minutos ela começou a chorar, mas quem foi pro quarto resolver foi a Nana. Não vai ser fácil. E se precisar vou encher os vidros de leite pra doar, mas vou me manter firme nessa decisão e vou fazer greve de peito até ela saber que precisa comer comida.

O leite materno é sim um ótimo alimento e o mais completo até 6 meses de vida do bebê. Dos 6 meses ao 1 ano de vida, ele passa a ser complementar à alimentação, mas ainda assim uma ótima fonte de nutrientes. São 6 meses de adaptação da alimentação.  Depois de 1 ano o leite a criança precisa comer de tudo; e o leite é complementar à isso (ainda com intervalo entre as refeições), portanto, está mais do que na hora da Clara aprender a comer e não substituir refeição. 

FOCO é o que eu preciso.

Recado a todas as mães que amamentam: o leite materno não precisa ser tirado do bebê/criança com baixo peso, mas deve obedecer horários e rotina para que a alimentação seja suficiente para sua nutrição e completo desenvolvimento.

Fácil falar, difícil fazer. Bora colocar em prática!

Desculpem o desabafo. Estava precisando! Não é fácil ser mãe, né?!

Bjosssssssss

Sobre Aninha

Mãe de um trio de meninas: Bruna (6), Clara (4) e Alice (2). Dedico meu tempo à minha família e ao LookBebê. Antenada, adoro redes sociais e tecnologia e mais ainda, compartilhar conhecimento e informações sobre a maternidade. Sou (fui) Biomédica, pós-graduada em Engenharia Biomédica, mas optei por mergulhar de cabeça na maternidade.